Objetivo

Este blog tem por finalidade reunir criações literárias de escritores independentes. O grupo que aqui se apresenta teve início com a Oficina Literária ministrada por Diego Petrarca, mas esta aberta a outros que por ventura quiserem ter seus textos publicados.

terça-feira, 31 de maio de 2011

quinta-feira, 26 de maio de 2011

It's alright...

I'm the hero of the story
Don't need to be saved

It's alright...

No one's got it all

(Luana Dalberto Fonseca)

terça-feira, 24 de maio de 2011

Meu nome?



“Maria Eduarda
Sente por alguns instantes o sabor matinal da realidade desaparecendo
Na neblina de seus devaneios;
Acordou, e deu-se conta
que tudo não passara de um sonho”




Quis voltar a dormir, mas foi impedida por ela mesma. Na crueza da realidade, esta tragicomédia. Se algum dia pudesse escolher um nome – salientando que sempre achou “nomes” coisa muito íntima de se perguntar – gostaria que fosse: Maria Eduarda.

(Luana Dalberto da Fonseca)

Diário de Maria Eduarda

"Lembro-me de como caminhava naquela manhã,
minutos antes,
os sorrisos tímidos,
o sol e seus primeiros raios me cegaram,
eu já estava com os olhos fechados mesmo,
andar era fácil,
porque não andava, flutuava,
o cheiro que voltou comigo naquele dia,
o corpo ardendo,
excitação insaciável,
não te perdoou,
não há o que perdoar,
não te culpo,
não há culpados,
cheguei a casa e ao invés de dormir quis ouvir tua voz,
me distrai,
deixei que tu entrasses por completo pelos meus poros,
pensei que tu eras,
não era,
não foi,
tudo bem,
somos todos assim tão sozinhos mesmos
Um Ser imputo ao esmo.."

(Luana Dalberto da Fonseca)

Julia e Anita



JÚLIA

Alma pérfida de veneno raro, do qual o gosto, eu nunca tive a pretensão de querer esquecer.
Júlia já me tocou fundo,
Nos pensamentos
Quando me apresentou o mundo como ele é.
Para tal,
Sofri a experiência viva
De uma cobaia solta num mundo sem preceptores.
Aprendi a “pescar sozinha” sob a vigilância constante de uma voyeur insaciável.
Possui uma libido alta e reprovável..
“Persona non grata, vil e refinada.”
Mentirosa patológica, quase sociopata (gostava de se intitular assim).
Comedora de almas que escarra o pior que ingeriu.
Elegância e empatia se equalizavam.
Descrever Júlia,
É algo perigoso,
Acredito que nem mesmo um pintor de obras abstratas
Conseguiria retratar o inferno que ela poderia causar a outrem.

e...
ANITA

Rancorosa e fiel a si própria.
Não a condeno, seus atos, são facilmente compreensíveis, vez que conheço seu passado.

Tinha os gestos inocentes.

Compartilho com ela muitas dores da infância.
A maneira com a qual lidamos com as mesmas circunstâncias,
É oposta,
Outras, nem tanto.

Anita é menina que encantaria até o mais frio dos seres humanos.
Mas menina que grita... Seduz.

Seduz como uma serpente utilizando-se do seu olhar que transparece um sorriso Insidioso.
Andar ao seu lado é andar por caminhos acidentados.

Conversar com ela traz a mesma sensação de ler uma enciclopédia inteira em menos de Uma hora.

Não foram raras as vezes que nos desentendemos nos odiamos, nos admiramos.
Eu era uma das poucas que tinha contato físico com ela,
Não tinha medo de me ferir.
Também não rara às vezes em que tentei com todas as forças descrevê-la em palavras.
Mas talvez, somente uma caricatura feita no espelho, com batom vermelho
Pudesse exprimir minha visão dela.
Por muitas vezes a invejei positivamente,
Por sua força:
“o desapego”
É algo do qual desconheço
Tanto quanto ela o domina.

(Luana Dalberto da Fonseca)

Júlia e Anita


De tão parecidas quase se fundiam.
Concordavam sobre quase tudo, do mais trivial
ao mais atraente.
Eram também venenosas, 
mas se alimentavam desse veneno em pequenas doses,
Proporcionando que elas mantivessem acesa uma excitação insaciável,
Uma ligação única.

(Luana Dalberto da Fonseca)

Eu


Ser mesquinho e pessimista que é esse meu eu,
Eterno insatisfeito,
Sofre da velha e boa insatisfação crônica!
 
Por vezes assola-me,
Desconforta,
Amedronta,
Perturba,
Quando não me acorda no meio da noite entre desvarios,
Suada e com frio!

Não me recordo dos sorrisos bobos, com ar de serenidade, nem do minimalismo exacerbado, bem como dos olhares voluptuosos. 
Gostava de ver no espelho aquela expressão provocante, com ar de desdém pelo mundo e a falta de sensibilidade, arrogância peculiar, considerava-me um ser genuíno.

A esperança é forte, 
mas passageira, 
no mesmo dia tomo no mínimo 20 decisões contrarias, 
contradizendo uma a outra penso: 
complexo isso!

(Luana Dalberto da Fonseca)

De tudo que é feio.

Fazer careta; é feio.
Não dar o dízimo; é feio!
Fumar; peidar; também é feio?
- Expulsão, cartão vermelho!
Homem que chora, não é homem...



...é feio.



Questionar o governo? É feio! Muito feio!
Dormir sem rezar;
O que não ter; desejar.
Falar por falar;
Irmã de amigo; transar.
É feio! É feio! É feio!
Eu gosto do feio.


De tudo que é feio.

(Ricardo Sabadini)

Sobre profetas e limpeza urbana.


Noite no meu quarto.
Porto Alegre respira:
Murmúrio que não cessa;
Mancha que não sai;
- Jesus voltará! Grita alguém na rua;
- Quem?
Um caminhão de lixo passa...
- Ele voltará!
- Quem? Jesus?
- Não, o caminhão.
O silêncio grita; raramente chega a tanto; é hora de dormir.

(Ricardo Sabadini)