Docemente fui ao inferno,
Amargamente subi aos céus.
Do ato de inventar mentiras para se acreditar
fundi o aço...
E lá de cima vê-se,
não digo o quê para não perder a boa prosa,
mas a falta de que o rio passe pelo leito entreaberto
e que meus olhos fechem.
Na angústia de não poder mexer-me,
devencilho-me de todas as sensações mundanas...
E rio, como o rio que não perpassa, de todos.
Pontos postos ou mal postos
Desci novamente
Fiquei no limbo...
in loco daqueles de quem outrora eu ria, o veneno crônico.
Verborragicamente paro por aqui, esgoto-me, mas não ponho-me no lixo,
E rio, agora este que me transpassa sem notas nem acordes,
de mim mesmo...
Rafael Muniz Espíndola
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